GUIA DE LEITURA - MARVEL MAX, DA PANINI, PARTE 3



Com um pouco mais de terror...
ZUMBIS MARVEL 😏
Roteiro de Robert Kirkman. Arte de Sean Phillips.
Marvel Max 41 - 45 e 64 - 70 (incluindo a one-shot Marvel Zombies: Dead Days, aqui dividida em duas partes).



Em um universo alternativo (o 2149), a humanidade perdeu a guerra contra um vírus zumbi alienígena no dia em que algumas das pessoas mais poderosas da Terra foram infectadas. Pouco tempo depois, essas criaturas vivem em grupos mais ou menos harmoniosos, questionando o que os aguarda num planeta onde a vida (e, portanto, a sua fonte de alimento) foi praticamente extinta. Afinal, JÁ estão mortos. O que acontecerá com eles se não conseguirem se alimentar? Talvez a resposta possa esperar, graças à chegada de um reluzente arauto vindo do espaço anunciando que aquele mundo, já praticamente despido de vida, ainda servirá de alimento para uma entidade maior. E depois? Será o que o céu é realmente o limite?


Robert Kirman
já estava fazendo barulho com seu título sobre desmortos na Image, The Walking Dead. Por isso, foi uma sensação quando anunciaram que ele escreveria uma mini mostrando os principais heróis e vilões da Casa das Ideias transformados em criaturas sanguinárias. 


Na época que li pela primeira vez, me diverti muito. Mas isso porque eu DETESTAVA zumbis e não ligava pra nada que fizessem com o tema. Mas aí eu comecei a ler The Walking Dead, ver alguns filmes, assistir algumas séries e... Bom, virei um fã do monstro e acabei tendo - como não poderia deixar de ser - minhas preferências:
meus zumbis não correm, não pulam, não pensam e, principalmente, não falam! E, aqui, eles fazem tudo isso. E muito. Especialmente falar.


Robert não entregou um drama nos moldes da série que o consagrou. Aqui, o forte é o humor (como o Homem-Aranha, que deixou de ser o brincalhão para ser um chorão, principalmente quando está momentaneamente saciado, ou o Hulk, que quando mata sua fome, volta a ser o Banner, com o problema de que o Gigante Esmeralda come muito e o estômago do antigo pesquisador de raios gama é bem menor que o da criatura em que se transforma) e, claro, toneladas de referências para o deleite dos fãs de longa data. Hilárias as releituras de capas clássicas da Marvel.


Zumbis Marvel
ganhou republicações. Primeiro, em 2013, uma mini em quatro partes chamada Coleção Marvel Terror: Zumbis Marvel, da Panini. Esta é a melhor, já que traz praticamente tudo que tinha sido feito até então com este universo. A mesma editora lançou recentemente o primeiro arco, em 2022, dentro da coleção Marvel Essenciais. Por fim, a Salvat também o fez, em 2014, dentro da sua Coleção Oficial de Graphic Novels, no número 49.

Republicação de 2013, a melhor.

JUSTICEIRO MAX 😍
Roteiro de Garth Ennis. Arte de Leandro Fernandez com Scott Hanna e Scott Koblish, Goran Parlov, Lan Medina com Bill Reinhold e Tom Palmer, e Howard Chaykin.
Marvel Max 41 - 81




Não foi surpresa pra ninguém que Garth Ennis e seu Justiceiro "migrassem" do selo Marvel Knights pro Max. Com a mudança, há uma sutil diminuição no humor negro e um aumento (o que parecia impossível) na violência gráfica. Infelizmente, as primeiras dezoito edições foram publicadas não na Max, mas na revista mensal do Demolidor (1ª série da Panini, entre os números 14 e 31, março de 2005 a agosto de 2006). Assim, não saíram no nosso amado mix os arcos No Princípio, Inferno Irlandês e Mãe Rússia


Porém, podemos secar as lágrimas, já que temos aqui os arcos
A Volta dos que Não Foram (MMax 41 - 46), Os Escravistas (47 - 52), Barracuda (53 - 58), Homem de Pedra (59 - 64), O Fazedor de Viúvas (65 - 71), A Longa e Fria Escuridão (72 - 76) e Valley Forge, Valley Forge (77 - 81). 


Se você acha que um herói (ou anti-herói) deve ser medido pelos seus adversários, encare sujeitos como
Nicolas Cavella, Rawlins, Tiberiu e Cristu Bulat, Barracuda (guardem esse nome!), General Zakharov... Ação sem freios, com combates no deserto, no campo e nas selvas de concreto. Humor correndo por conta de coadjuvantes como ex-agente Roth e os policiais Miller e Russ.  E certo drama, até romance (no nível Frank Castle, claro), com aliadas como Jenny e Kate O'Brien (protagonista de um dos momentos mais tristes de toda a série). 


Há um porém, no desfecho do arco Barracuda. É difícil pra mim crer que um sujeito como o Justiceiro, que reluta em matar mesmo policiais corruptos e toma todas as precauções para evitar vítimas colaterais (principalmente porque foi assim que foram classificados sua mulher e seus filhos, na sua fatídica origem), condenaria tantas pessoas, de forma indiscriminada, incluindo a tripulação de um navio alugado. Aqui, acho que Ennis se deixou... levar politicamente, podemos dizer.


Merecem o devido destaque os artistas envolvidos, principalmente
Leandro Fernandez (Castle com a cara do Clint Eastwood!) e Goran Parlov (acho o cara que é o segundo melhor a traduzir o texto de Ennis em imagens, depois do saudoso Steve Dillon). O ponto baixo ficou por conta do veterano Howard Chaykin, que, confesso, desde que mudou seu traço (saudades de American Flagg), não me agrada.


Toda a fase de Garth Ennis no selo Max com o Justiceiro foi republicado pela Panini em quatro edições de luxo, entre 2018 e 2019:
No Princípio, Mãe Rússia, Barracuda e Valley Forge. Já a passagem de Ennis com o personagem no selo Marvel Knights foi republicado em três edições, pela mesma editora, com o título Justiceiro por Garth Ennis, entre 2022 e 2023.


O título Max do Justiceiro continuou depois da saída de Garth Ennis até o número 75, e teve seus arcos publicados aqui, em edições especiais em capa dura, todas da Panini. São elas:
As Meninas de Vestido Branco (2011), texto de Gregg Hurwitz e arte de Laurence Campbell; 6 Horas para Matar (2011), roteiro de Duane Swierczynski e arte de Michel Lacombe; e Bem-Vindo ao Bayou (2012), roteiro de Victor Gischler e arte de Goran Parlov (inclui uma série de histórias curtas, com vários autores, que marcaram o fim do título nos EUA).


Em 2010, o título Max do Justiceiro retornou no mercado norte-americano, com roteiros de
Jason Aaron e arte de Steve Dillon. Também foram todos publicados pela Panini em edições especiais, em capa dura: Rei do Crime (2014), Mercenário (2015), Frank (2016) e Desabrigado (2017). Recomendados.




MOTOQUEIRO FANTASMA - ESTRADA PARA A DANAÇÃO 😊
Roteiro de Garth Ennis. Arte de Clayton Crain.
Marvel Max 42 - 46


O arquidemônio
Kazann está na Terra, por obra do mega-empresário Earl Gustav, que pretende recuperar seus movimentos corporais, perdidos em um acidente de trânsito - provocado por ele, bêbado - que também vitimou fatalmente oito crianças. Por motivos próprios, o anjo Malachi precisa que Kazann seja capturado e devolvido ao seu lugar de origem, antes que caia nas mãos dos agentes enviados pelo próprio inferno e pelo paraíso (respectivamente Hoss e Ruth, ambos poderosos e com a mesmo desapreço pela vida de reles humanos). Para tanto, ele recruta Johnny Blaze, duplamente amaldiçoado por continuar vinculado ao Motoqueiro Fantasma e estar aprisionado no inferno, onde dia após dia é perseguido e despedaçado por uma horda demoníaca. 

Ruth,que faz a Ângela do Spawn parecer uma boa menina.

Qualquer um que leu Preacher ou a fase de Ennis em Hellblazer sabe que ele trata temas religiosos como faz com super-heróis: com muita pesquisa e nenhum respeito. Anjos e demônios demonstram o mesmo desprezo pelos seres humanos. E boa parte dos seres humanos que aparecem na história merecem este desprezo. 

Hoss, que faria o Violador chorar.


A arte digital de Clayton Crain, infelizmente, sofre na impressão no papel pisa-brite. Além disso, principalmente no final, achei a composição descuidada, deixando-me confuso em alguns momentos.  O visual do Kazann me decepcionou. 

Republicação de 2012.


Esta história ganhou republicações, sendo duas pela Panini, a primeira em 2012 e outra dez anos depois, dentro da coleção Marvel Essenciais. Em 2014, saiu no nº 39 da Coleçao Oficial de Graphic Novels Marvel, da Salvat




NOVA ONDA 😖
Roteiro de Warren Ellis. Arte de Stuart Immonen com Wade von Grawbadger.
Marvel Max 44 - 55

Lixo. Sem mais.

HIPÉRION VS. FALCÃO NOTURNO 😐
Roteiro de Marc Guggenhein. Arte de Paul Gulacy.
Marvel Max 47 - 50



Kyle Richmond, o Falcão Noturno, descobre que sua Fundação Richmond, que ajuda nações negras em dificuldades, não consegue fazer nenhuma diferença positiva em Darfur, região do Sudão, África. Ele resolve ter uma abordagem mais direta contra as milícias que, sob a indiferença - e mesmo velada aquiescência - do governo local, promovem um genocídio na região. Incomodado com a ação extremamente violenta de um possível cidadão americano, os EUA resolvem enviar Mark Mílton, o Hipérion, para fazer com que o Falcão abandone seu combate solitário. Mas o líder do Esquadrão Supremo sente que Richmond quer que ele esteja lá. E será satisfeito, mesmo Mílton sabendo que a sua presença no continente foi, no mínimo, desencorajada por um grupo de locais com habilidades especiais que se declararam os protetores da África.



Achei a história bem fraca, com o roteirista mais preocupado em denunciar a situação (que era real, diga-se de passagem) em Darfur, motivo que o leva a, diversas vezes, sair do enredo pra mostrar mais uma cena de violência extrema contra a população civil desarmada. Mas se chega ao fim sem entender, no fim das contas, o que o Falcão pretendia realmente fazer, promovendo outro massacre, agora contra os milicianos armados, sem distinção de lados (um militar americano chega a dizer que ele estava matando mais gente do que o câncer). E, principalmente, porque ele se dá ao enorme trabalho de fazer com que Hipérion fosse para lá também. Ele queimou vários trunfos importantes que seriam úteis no futuro (inclusive um que lhe deu uma ligeira vantagem sobre o ser mais poderoso do planeta) para fazer com que Mílton começasse a... se importar? E temperar isso com o recurso manjado de repetir a mesma situação sob pontos de vista - e narrativos - diferentes é... cansativo.



E o final é desanimador. Entendam, o Falcão estava há dias matando gente, o Hipérion já estava há horas na região e os protetores da África só resolvem aparecer quando eles vão no palácio presidencial. E tudo pra resolver a questão com um discursinho político, visando mais fazer com que os americanos - provavelmente os leitores - se sentissem mal do que apresentar algo de fato palpável para salvar vidas. 



Na arte, Paul Gulacy mostrou que seu traço realmente estava datado. Além disso, há erros de proporção e anatomia grotescos em vários quadros (tem um da cabeça do Falcão Noturno que doeu nos olhos).


O CAPUZ - O SANGUE QUE VEM DAS PEDRAS
Roteiro de Brian K. Vaughan. Arte de Kyle Holtz com Eric Powell.
Marvel Max 47 - 52

Parker Robbins é um ladrão pé de chinelo, com uma mãe internada num hospital psiquiátrico, uma namorada grávida e nenhuma perspectiva - ou mesmo vontade - de ganhar algum dinheiro honestamente. Durante uma invasão a um armazém, ele atira em uma criatura estranha, trajando botas e um capuz, que ele pega pra si, descobrindo depois que essas peças lhe deram a capacidade de voar e ficar invisível. Disposto a levar vantagem com suas novas habilidades, ele termina roubando diamantes de um mafioso perigoso, o Golem, ocasião em que termina atingindo por imprudência um policial. Perseguido pelo Golem, seus assassinos fantasiados contratados, a polícia de Nova Iorque e até o FBI (disposto a conseguir pontos na mídia, agindo sobre o crime uniformizado), Parker, que passa a ser conhecido como O Capuz, tenta sair da pindaíba e se livrar de seus perseguidores ao mesmo tempo em que tenta tirar da cadeia seu primo malandro que corre o risco de pagar pelo crime dele. Enquanto isso, vai descobrindo que as habilidades do capuz vão muito além do que pensa e mesmo deseja.



Um dos primeiros trabalhos de Brian K. Vaughan - autor de Y: O Último Homem, Ex Machina e Saga - para a Marvel, a história goza de bom ritmo e diálogos interessantes. É lamentável que Vaughan tenha ficado famoso por desprezar personagens de grande apelo, preferindo quase sempre - quando à serviço das grandes editoras - optar por figuras obscuros, que mal podem ser chamadas de coadjuvantes, como o Câmara, dos X-Men. Logo, o trabalho é bom, mas a desimportância de todos os personagens da série atrapalha.



Kyle Holtz tem um traço bem estilizado, que se estranha no começo, mas com o qual vai se acostumando. Bons uso de sombras, composição e narrativa.



O destaque que o escritor ganhou ao longo dos anos fez com que a Panini desse a esta história uma republicação em capa dura em 2016.  

TIROS NA NOITE 😐
Roteiro de J. Michael Straczynski. Arte de Tommy Lee Edwards.
Marvel Max 51 - 55



Straczynski retorna às páginas de Marvel Max fazendo um grande What If...?. No caso, o que aconteceria se a nazista que matou o Dr. Abraham Erskine, o criador do soro do supersoldado, tivesse agido um dia antes da data original, impedindo que Steve Rogers se tornasse o Capitão AméricaNum bom exercício de escrita, o roteirista desenvolve a sua história, mostrando que este fato - e outro, colateral, ocorrido na mesma ocasião - reverberou naquela realidade, trazendo alterações na origem de alguns personagens clássicos da Marvel. 



O problema é justamente que não passa de um What if...? metido a besta algo mais sério. Sequer fez realmente parte do selo Max nos EUA. Straczynski, pra piorar, não resistiu um desfecho piegas, colocando heróis e vilões lutando lado a lado contra um inimigo maior (alguém lembra das lágrimas do Doutor Destino na história do Aranha sobre o 11 de setembro?). 

Bruce Banner e Tony Stark lutam pela milésima vez. Ou não?


A arte do Tommy Lee Edwards não me agradou, também  (embora, mais uma vez, a impressão no pisa-brite deixe a desejar): principalmente nas cenas de ação, tudo parece estático, lento, letárgico. Talvez por isso tenha muito texto e diálogos claremontianos.

WISDOM - OS RUDIMENTOS DA SABEDORIA 😒
Roteiro de Paul Cornell. Arte de Trevor Hairsine com Paul Neary e Manuel Garcia com Mark Farmer.
Marvel Max 53 - 58 



Um ataque das fadas ao mundo real faz com que o MI 13 forme uma equipe - Sinete, uma fada rebelde, John o Skrull, o mais proeminente membro da equipe de infiltração conhecida como os Beatles Skrulls, Capitão Midlands, a veterana versão britânica do Capitão América, e Maureen Raven, clarissensitiva e mãe solteira dedicada -  e a coloque sob o comando de Pete Wisdom, agente veterano amoral e mutante, com ligações pregressas com membros dos X-Men e Excalibur (inclusive, um breve e boboca romance com Kitty Pryde, que tem o dedo podre pra escolher namorados que não sejam o Colossus). Juntos, eles combatem os "acontecimentos estranhos", principalmente a invasão da Grã-Bretanha por senhores da guerra vindos de universos paralelos - ou realidades alternativas, dependendo do gosto do expectador.



Talvez minha opinião sobre essa mini seja prejudicada pelos meus sentimentos sobre o protagonista: Pete Wisdom é um personagem deplorável, paupérrrimo, clichê e o motivo pelo qual eu deixei de ler Excalibur anos atrás. Aqui, mais do que nunca, ele parece apenas uma versão mutante do John Constantine, que parece ser tão viciado por telefone celular quanto o mago da DC é por cigarros.



Paul Cornell tem conceitos atraentes, alguns com potencial hilariante, mas falha no desenvolvimento, muito por causa do seu "astro", que, como sempre, mostra ser alguém achatado de tão raso. Como uma banda fazendo um pot-pourri com músicos que nunca tocaram juntos, os acontecimentos parecem se embaraçar em alguns momentos, com mudanças bruscas de direção e uma perda de foco que conduz a um severo prejuízo no interesse do leitor: gostamos de desafios, mas não de ser feito de bobos, principalmente de maneira não intencional.



A arte é ok, mas a troca de desenhista (Trevor Hairsine só desenhou as duas primeiras partes) trouxe mais um decréscimo, embora Manuel Garcia não seja um incompetente. 


O FILHO DE SATÃ - EQUINÓCIO 😒
Roteiro de Alexander C. Irvine. Arte de Russell "Russ" Brown com Klaus Janson.
Marvel Max 56 - 60



Daimon Hellstrom, filho do próprio Diabo, é levado por um sonho a New Orleans, onde encontra uma anormal concentração de demônios, aparentemente empenhados em impedir que Osíris, o deus egípcio dos mortos, seja trazido à vida por sua esposa (e irmã) Ísis e por seu filho, Hórus. Daimon tem alguns trunfos na manga e precisa escolher um lado, mas antes gostaria de entender qual é o verdadeiro interesse de seu pai nestes acontecimentos.



É um enredo simples, que vai perdendo o interesse ao se estender desnecessariamente por várias edições. Tão lamentável quanto o deus ex machina para resolver uma situação é ver um roteirista apelar para a burrice de seus personagens para alongar uma narrativa. Um exemplo: há um momento em que Daimon, com um demônio à sua mercê, "fica puto" e, por isso, destrói o adversário antes de interrogá-lo e conseguir informações vitais para a sua investigação. Ah, vá...



Arte correta, com um gosto de anos 80 por conta do nanquim de Klaus Janson, arte-finalista veterano com passagens memoráveis por Demolidor, Batman e Thor. Obviamente, o texto que enche linguiça para alcançar um determinado número de edições faz as situações ficarem arrastadas, de forma que a simplicidade do traço e da narrativa de Russ Brown comece a ficar entediante. 

CAVALEIRO FANTASMA - TRILHA DAS LÁGRIMAS😐
Roteiro de Garth Ennis. Arte de Clayton Crain.
Marvel Max 56 - 61


Parham, um jovem oficial do Sul durante a Guerra Civil Americana, é salvo de apodrecer em um campo de batalha por Caleb, um negro que comprou sua alforria e o abriga com a sua família. Quando a guerra termina, ele parte para o oeste, retornando dois anos depois para encontrar outras pessoas ocupando a fazenda de seu salvador. Depois de descobrir que Caleb, sua esposa e seus filhos foram assassinados por uma quadrilha de racistas comandado por ReaganParham parte no encalço destes homens, em busca de vingança, mas vai descobrir que tanto seu amigo Caleb, agora sob uma forma demoníaca que cavalga um cavalo em chamas, busca a mesma coisa como Reagan é capaz de negociar a própria alma - e a de seus parceiros - para banhar de sangue a região e acabar com os dois justiceiros. 



Acho que a expectativa me derrubou. Eu li O Santo dos Assassinos, mini-série spin-off de Preacher, obra prima de Garth Ennis, misturando velho oeste com sobrenatural e fiquei aflito para mergulhar em uma nova história do escritor envolvendo os mesmos elementos. Mas cada virada de página me deixava mais decepcionado. Não é uma história ruim, mas está longe de ser algo que eu, de cara, colocaria o "selo Ennis" de qualidade. A verdade é que o Cavaleiro é quase um figurante e a equipe de assassinos parece estar ali só pra promover banhos de sangue e, depois, ser facilmente derrotada pelo Espírito da Vingança não uma, mas duas vezes.



Ah, e eu não entendi o título, já que "trilha das lágrimas" foi como passou à História o processo de remoção dos povos indígenas dos EUA de suas terras natais para as áreas para eles reservadas pelo governo norte-americano. Este termo, aparentemente, foi cunhado por um índio que teria dito a um repórter que a viagem do seu povo até à reserva teria sido uma "trilha de lágrimas e morte". Índios, aqui, aparecem rapidamente, uma vez como vítimas do bando de Reagan, depois como um feiticeiro que esclarece ao bandido o que os está perseguindo.



Mais uma vez, a arte de Clayton Crain sofre horrores na impressão. Apesar de seu Cavaleiro ser impactante e assustador, nas cenas de ação tudo fica um pouco confuso e parece se resolver repentinamente. 

A edição da Panini utiliza esta mesma capa.

Em 2022, a Panini republicou a história em uma edição especial em capa dura. 

Bom, este post ficou bem extenso. Infelizmente, também praticamente esgotou os bons títulos que já saíram no mix. Espero resolver tudo em um, no máximo dois posts. Até lá, confiram também as partes 1   e  2




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